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ANÁLISES   03/06/2013
Preços do café deverão se recuperar só em 2015, diz exportador

Reuters
SÃO PAULO, 28 Mai - Os preços do café arábica, que atingiram uma mínima de três anos e meio nesta terça-feira, devem permanecer em baixa no médio prazo, com uma recuperação somente a partir de setembro de 2015, agravando a situação dos produtores brasileiros, disse nesta terça-feira um importante exportador.

O motivo para a manutenção da fraqueza dos preços do café está nos atuais amplos estoques brasileiros, somados a uma produção ainda elevada no país e no Vietnã, segundo produtor global de café, avaliou João Carlos Hopp, diretor comercial da exportadora de café Guaxupé, uma das dez maiores do país e que movimenta 1 milhão de sacas anualmente.

"A crise começa a ficar mais apertada. Ainda não vimos a pior cara da crise. Ainda não tivemos que vender tanto café assim", disse ele a jornalistas, lembrando que muitas das exportações acontecendo agora foram fechadas em patamares de preços mais elevados, e as próximas comercializações já terão contratos fechados dentro dos valores atuais.

O contrato julho do café arábica fechou em baixa de 0,6 por cento, a 1,2645 dólar por libra-peso. Mais cedo, atingiu o menor nível desde setembro de 2009, a 1,2580 dólar por libra-peso, com o excedente no mercado pressionando as cotações.

Hopp estima que o Brasil vai encerrar a temporada 2012/13 com estoques de 13 milhões de sacas.

Segundo ele, os estoques ideais para manutenção de preços rentáveis aos produtores seria de 4 milhões de sacas no Brasil.

A explicação para a formação dos estoques está no desestímulo do produtor brasileiro para realizar vendas.

"Houve uma retenção natural do produtor, mas houve uma oferta pelo pessoal de robusta (Vietnã) que também foi repondo. Porque se não houvesse outra oferta, teria saído. Houve uma substituição", disse ele, durante o seminário Perspectivas para o Agribusiness 2013 e 2014, em São Paulo.

A saca de café arábica no mercado interno deve ser vendida a entre 270 e 290 reais nos próximos meses, de colheita, e entre 300 e 330 reais na entressafra, a partir de outubro, avaliou Hopp.

Uma recuperação mais significativa dos preços está prevista apenas para setembro de 2015 porque as próximas temporadas deverão ainda apresentar superávit entre oferta e consumo no mundo.

Hopp projeta superávit de 300 mil sacas em 2013/14 e de 4,6 milhões de sacas em 2014/15. O próximo déficit só está previsto para 2015/16, em 6,8 milhões de sacas.


Fonte: Reuters
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