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ANÁLISES   20/05/2013
Café mantem intervalo de 15 centavos

O PIB dos países que fazem parte da moeda comum europeia caiu pelo sexto trimestre consecutivo, com a França entrando em recessão pela segunda vez em quatro anos. A Alemanha, principal força da região, cresceu apenas 0.1%, levando muitos a crer que logo o ECB deve injetar mais liquidez no sistema.

O mercado acionário mundial mantém a tendência de alta com o índice mundial MSCI acumulando ganhos de 12.9% em 2013. Os índices americanos atingem novos recordes sequencialmente, enquanto o indicador Euro Stoxx 600 atinge o maior patamar em cinco anos. O destaque é para as ações japonesas, cujo índice subiu 46% neste ano em iene e 22.40% em dólar.

Na contramão de retornos as commodities decepcionam os investidores com performance negativa no ano, em função de demanda mais fraca e ofertas que ainda refletem o ciclo de alta vivido recentemente. O interesse de fundos diminui por esta classe de ativos, e as volatilidades implícitas indicam que ninguém espera uma mudança de tendência por ora.

O café em Nova Iorque teve dois fechamentos acima de 145.00 centavos, mas foram insuficientes para acalmar o ímpeto vendedor dos comerciais, que se aproveitaram da liquidação de posições vendidas dos fundos. Sem o risco de geada, que até a terça-feira dia 14 de maio desencadeou a cobertura pelos fundos de 31,698 lotes (ou 9 milhões de sacas de 60 quilos), o mercado perde suporte frente à expectativa da entrada da safra brasileira.

Nova Iorque caiu US$ 10.00 por saca em cinco dias, enquanto Londres ficou de lado, fazendo com que a arbitragem voltasse a estreitar.

A movimentação no físico em geral foi boa antes da queda de quarta-feira, quando os diferenciais estavam mais atrativos. No Brasil cafés riados aparecem com menor volume do que lotes de melhor qualidade, apertando a diferença de preços entre os dois grupos.

A CONAB divulgou a segunda estimativa da safra brasileira para o ciclo 13/14. Segundo o órgão a produção de arábica será de 36.4 milhões de sacas e 12.2 milhões de sacas de conilon, contra 38.3 milhões e 12.5 milhões respectivamente do ciclo anterior. O total de 48.6 milhões é aquém do que o mercado acredita. A agência Reuters divulgou uma pesquisa recente apontando uma expectativa média de 51.75 milhões de sacas. O ponto de maior discordância está na produção de conilon, que alguns trabalham com um número de 16.5 milhões de sacas.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) iniciou a publicação dos relatórios de origens, indicando para a Colômbia uma produção em 13/14 de 9 milhões de sacas. O consumo no país é de 1.2 milhões de sacas.

Os estoques americanos em abril subiram 90,759 sacas, e os estoques mundiais nos países consumidores são estimados em quase 23 milhões de sacas – isto antes da entrada da safra brasileira e em pleno verão no hemisfério norte.

O contrato da ICE depois de testar as “máximas” da banda entre 130 e 145, agora deve testar as “mínimas”, buscando encontrar suporte da indústria novamente.

Alguns lotes de safra-nova no Brasil que estão chegando no mercado estão mostrando excelente qualidade, o que deve ajudar os exportadores depois de um ano que foi mais complicado do que se imaginava.

Uma ótima semana e muito bons negócios a todos.

Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting


Fonte: Archer Consulting
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