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MERCADO   24/04/2013
Produtores de café negociam solução, mas já admitem marcha a Brasília

Os produtores de café esperam para os próximos dias uma resposta positiva do governo federal em relação ao conjunto de propostas apresentadas formalmente por cooperativas e sindicatos para a recuperação de renda e a sustentação de preços do produto. No sábado (20/04), a senadora governista Kátia Abreu (PSD/TO), que preside a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), também entrou na mobilização, engrossando o movimento de dirigentes de cooperativas e sindicatos, originado em São Sebastião do Paraíso e posteriormente referendado em Varginha-MG. “As lideranças estão mobilizadas e nós estamos seguindo pelos caminhos normais, negociando com o governo, mas se não houver uma solução o produtor não aguenta e vai tomar uma atitude heterodoxa, ou seja, vamos marchar em Brasília e nas capitais dos estados produtores”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, destacando que “a culpa é nossa, precisamos nos manter sempre organizados e mobilizados, não só na hora em que a água está batendo no pescoço”.

O encontro com senadora Kátia Abreu, realizado na Associação dos Funcionários da Cooxupé, embora não tenha reunido grande número de lideranças, foi importante porque dá continuidade à mobilização e marca o ingresso da base do governo na reivindicação dos produtores. “Nós não conseguimos ter os olhos abertos das políticas públicas para acompanhar o crescimento do agronegócio. O grande mal de nosso país é a falta de planejamento do poder público e por isso quero aqui elogiar o governador Anastasia e sua competência, e esse meu bem querer vem justamente de sua capacidade de planejamento. Mas há três semanas entregamos para a presidente Dilma um documento amplo com reivindicações de todos os setores, inclusive o café. Para isso, vamos preparar um plano de cinco anos e que ele seja lançado em setembro de 2014, incluindo a questão do seguro agrícola. Chega de improviso e chega dessa insegurança de esperar pela chuva, depois esperar pelo sol”, pontuou a senadora.

“A situação é preocupante, se não houver uma política consistente de sustentação ao produtor, a cafeicultura, sobretudo de montanha, corre um sério risco de acabar e isto vai trazer um impacto muito grande para Minas e para o Brasil. Só aqui em Minas são 400 municípios que têm o café como base econômica e, com estes preços, já estamos sentindo uma paralisação nas cidades”, frisou o deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PSC), que preside a Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas.

O presidente da FAEMG, Roberto Simões, também presente ao encontro, lembrou que não há razões técnicas que justifiquem a recorrente cotação do café em patamares tão baixos. “Não temos estoques altos, nem queda de consumo. Pelo contrário, há problemas afetando a produção de concorrentes, tudo apontando para que os preços estivessem em alta no mercado. Por isso precisamos da decisão política, de atuação do Governo sinalizando a garantia. Não podemos continuar forçando nossos cafeicultores a vender a produção abaixo do custo”.

A campanha mineira tem sido intensa nas últimas semanas e, segundo Roberto Simões, ganha ainda mais força após o encontro com a senadora Kátia Abreu. Nos últimos dias, o presidente da FAEMG esteve reunido com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, reivindicando a revisão urgente do preço mínimo da saca.

No encontro deste sábado, a senadora Kátia Abreu recebeu em mãos da Assessoria de Comunicação do deputado Carlos Melles uma cópia de artigo de autoria do parlamentar intitulado “Por que não reagimos?”, onde está expresso o pensamento de Melles sobre a situação da cafeicultura nacional de uma forma ampla.

A exemplo do documento das cooperativas e sindicatos aprovado na Cooparaiso, no dia 18 de fevereiro passado, e aprimorado em Varginha, no dia 25 de fevereiro passado (confira mais a respeito), o documento entregue à senadora Kátia Abreu no evento na Cooxupé mostra-se igualmente realista e contundente em relação à urgência das medidas em socorro aos produtores de café, com ênfase em primeira mão para o preço mínimo de garantia e, posteriormente, às políticas públicas.

O encontro foi prestigiado pelo deputado federal Geraldo Tadeu, pelo presidente da Faemg, Roberto Simões, o presidente da Comissão de Café da CNA, Breno Mesquita, o vice presidente da Cooparaiso, José Rogério Lara, prefeitos da região e presidentes de sindicatos.

Cerca de 25 mil cafeicultores devem ir na quinta-feira à reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília, para pressionar o governo, segundo o jornal Estado de Minas.

As informações são do Coffee Break e da Faemg, adaptada pelo CaféPoint.

Fonte: Cafépoint
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