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INDÚSTRIA   25/03/2015
Número de indústrias nacionais cai 9% enquanto processo de concentração cresce

Entre novembro de 2013 e outubro de 2014 o setor cafeeiro observou evolução e ampliação na participação das grandes empresas, apontou a Associação Brasileira da Indústria de Café através de seu estudo Indicadores do Consumo de Café no Brasil – 2014. Em contrapartida, o setor teve queda de 9% no número geral de empresas. De um total de 1.428 empresas cadastradas em todo país no final de 2013, das quais 455 são associadas da entidade, a Abic apurou uma redução para 1.299 empresas até o final de 2014.

Os dados são impulsionados pelas aquisições de pequenas empresas por grandes marcas, no processo de concentração da indústria cafeeira no País nos últimos anos. O Grupo 3 Corações, líder nacional no segmento de café torrado e moído, é um exemplo desta busca por expansão. Em dezembro do ano passado a marca anunciou a compra divisão Café da paranaense Itamaraty, com forte presença regional. Recentemente, o CaféPoint recebeu informações sobre nova transação que estaria sendo realizada entre o Grupo 3 Corações e a torrefadora mineira Café Toko. Procurada por nossa reportagem, a assessoria do Grupo 3corações afirmou apenas que “não comenta sobre rumores de mercado”.

O fenômeno de concentração da indústria nas mãos de poucas empresas é que, segundo a Abic, as 10 maiores empresas apresentaram uma participação de 74,4% em volume, sobre o total produzido pelas associadas, enquanto as 50 maiores participaram com 89,5% e as 100 maiores, com 94,6%.

Redução na produção de médias e pequenas empresas
O rumo do setor não agrada a diretora da Café Utam, Ana Carolina Soares de Carvalho. “A Café Utam não vê este movimento como positivo, pois tem levado ao fechamento de muitas pequenas empresas no setor”. Os dados da Abic apontam que as empresas médias, que produzem volumes entre 1.000 e 5.000 sacas por mês, apresentaram redução em volume, ao nível de 0,84%. Já as 100 menores empresas declararam uma redução de volume correspondente a 25% em 2014.

Para a Utam, Ana Carolina deixa claro: “não está na pauta a aquisição de outras torrefações”. Uma das questões colocadas por ela para o posicionamento é a preservação do que ela aponta como uma característica do mercado de café no Brasil, a regionalização. “Sempre tivemos marcas e empresas fortes regionalmente, que atendiam o paladar e os anseios de cada local. Hoje, não temos mais isso. As grandes marcas levaram ao desaparecimento destes produtos regionais, que sempre foram tão tradicionais no café”, lamenta.

A Abic avalia que reajustes nos combustíveis, energia elétrica, gás e câmbio, continuarão a pressionar os custos da indústria neste início de 2015. Apesar do clima complexo, a Café Utam lembra que investiu recentemente na montagem de uma nova linha de produção para café envasado em embalagem stand pack (tipo de embalagem com processo de envase controlado, que evita o processo de oxidação do café). “Assim, no momento, estamos preparados para atender a um crescimento de demanda”, afirma a diretora.


Fonte: Cafepoint
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